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PRECISAMOS FALAR SOBRE A PRÓSTATA

O que é, para que serve e quais são os problemas mais comuns que acometem essa glândula masculina.
Por muito tempo, diversas campanhas focadas na saúde masculina recomendaram exames de rastreamento do câncer de próstata. Afinal, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre os homens, depois do câncer de pele, e o diagnóstico precoce aumenta a eficácia do tratamento.

Porém, estudos demonstraram que o rastreamento da doença na ausência de sintomas também tem seus problemas. Por isso, a investigação precisa ser uma decisão tomada em conjunto entre médico e paciente. Isso não significa que não seja importante falar sobre esse assunto.

Pelo contrário: o câncer de próstata atinge cerca de 65 mil homens no Brasil todos os anos e é responsável pela morte de mais de 15 mil deles. É o segundo câncer que mais mata homens.

 

O QUE É A PRÓSTATA

A próstata é uma glândula localizada acima do reto, abaixo da bexiga e que envolve a uretra (o canal que liga a bexiga ao orifício externo do pênis). A principal função da próstata é produzir o fluido prostático, que compõe o sêmen e protege os espermatozoides.

O tamanho da próstata do homem adulto é de aproximadamente 4 cm de largura e 3 cm de altura, e pode ser comparado ao tamanho de uma noz.

Essa glândula aumenta conforme a idade: aos 12 anos, pesa cerca de 4 g, aos 25 anos, cerca de 20 g e aos 70 anos, chega a pesar entre 50 e 70 g. Mas esse crescimento natural pode ser acompanhado de desconfortos.

 

CÂNCER DE PRÓSTATA E A SAÚDE DO HOMEM

Você já deve ter ouvido falar que novembro é o mês dedicado à saúde do homem, certo? As campanhas realizadas neste mês, que tem como intuito principal conscientizar a população sobre o câncer de próstata, já existem há mais de uma década no Brasil.

No entanto, este é apenas um entre vários cânceres que acometem os homens, o que chama a atenção para um ponto muito importante e muitas vezes esquecido O cuidado com a saúde deve fazer parte do dia a dia.

Você sabia que os homens são mais vulneráveis a doenças do que as mulheres? É o que diz o Ministério da Saúde, que também informa que eles são os que menos acessam os serviços de saúde, buscando mais atendimento em casos de urgência e emergência. Isso significa que a maioria dos homens só busca ajuda médica quando a situação é mais grave, enquanto as mulheres têm o hábito de acompanhar a saúde mais de perto.

Contudo, o câncer de próstata é uma doença silenciosa que exige uma rotina de prevenção, que inclui consulta regular ao médico (feita anualmente, a partir dos 40 anos) e hábitos saudáveis.

O câncer de próstata é o segundo tipo de câncer que mais mata homens, atrás apenas do câncer de pulmão. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA-2020), estima-se 65.840 novos casos de câncer de próstata no Brasil a cada ano.

 

AS PRINCIPAIS DOENÇAS E COMO DIAGNOSTICAR

Os principais problemas relacionados à próstata são: hiperplasia benigna da próstata, prostatite e câncer de próstata.

Os sintomas podem ser parecidos:

  • dificuldade de urinar
  • demora em começar e terminar de urinar
  • sangue na urina
  • diminuição do jato de urina
  • necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite

Percebeu algum desses sintomas ultimamente? É sempre importante ir ao médico urologista para averiguar:

Hiperplasia benigna da próstata: aumento benigno da próstata, que acaba comprimindo a uretra e dificultando a passagem da urina. É a principal razão da maior quantidade de idas ao banheiro depois dos 50 anos. Mas, atenção: apesar de ser uma doença benigna, a urina estagnada pode provocar infecções e cálculos renais
Prostatite: inflamação da próstata, normalmente causada por bactérias e pode ser tratada com medicamentos
Câncer de próstata: desenvolvimento de células malignas na glândula da próstata. Na maioria dos casos, não apresenta sintomas nos primeiros anos, mas a evolução para a metástase pode acontecer

Conhecer os fatores de risco é fundamental para prevenir qualquer doença.

No caso do câncer de próstata, algumas condições podem aumentar as chances de desenvolvê-lo. Os principais fatores de risco para o câncer de próstata são:

Idade: o risco aumenta com o avançar da idade. No Brasil, a cada dez homens diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos
Histórico de câncer na família: homens cujo o pai, avô ou irmão tiveram câncer de próstata antes dos 60 anos fazem parte do grupo de risco
Sobrepeso e obesidade: estudos recentes mostram maior risco de câncer de próstata em homens com peso corporal mais elevado
Fonte: Ministério da Saúde

A detecção pode ser feita por meio de exames e a confirmação do caso vem com o rastreamento, feito por meio do exame de sangue PSA (teste da quantidade de Antígeno Prostático Específico, que, quando elevado, pode indicar câncer ou doenças benignas) e do toque retal. Em geral, recomenda-se que o exame de toque retal seja realizado anualmente em pacientes a partir dos 50 anos. No entanto, caso haja histórico familiar de câncer, indica-se iniciar aos 45.

Já o exame de PSA é feito caso haja alguma anomalia, não sendo indicado como exame de rotina. O INCA recomenda que os pacientes que buscam essa detecção sejam esclarecidos sobre os riscos envolvidos: resultados falso-positivos ou falso-negativos e o sobrediagnóstico e o sobretratamento, relacionados à identificação de tumores que não apresentam ameaça à vida.

Ao ser percebida qualquer alteração suspeita nesses exames, o médico solicita uma biópsia, que é a retirada de pedaços bem pequenos da próstata para serem analisados em laboratório.

Mulheres transexuais que fizeram hormonioterapia também estão sujeitas ao câncer de próstata. Apesar de a baixa de testosterona diminuir consideravelmente esse risco, ele pode surgir por fatores ambientais ou genéticos.

Em estágio inicial, o câncer de próstata não apresenta quase nenhum sinal. Na fase avançada, pode causar dor nos ossos e problemas urinários. Por ter sintomas pouco visíveis, é muito importante a constatação precoce, que aumenta em até 90% as chances de cura do paciente.

 

O HOMEM SEM SINTOMAS PRECISA FAZER EXAME DE PRÓSTATA?

O Ministério da Saúde, assim como a Organização Mundial da Saúde (OMS), não indica que homens sem sintomas façam exames de rastreamento. No entanto, isso não é consenso entre os médicos.

Recomenda-se que essa seja uma decisão tomada por médico e paciente ao avaliar riscos e benefícios dos exames.

Possíveis benefícios:

  • Os exames são simples de realizar
  • Os exames ajudam no diagnóstico do câncer de próstata, que pode não apresentar sintomas iniciais
  • Quanto mais precoce o diagnóstico, mais simples é o tratamento e melhor será a evolução da doença

Possíveis riscos:

  • O resultado do exame de PSA pode estar elevado mesmo quando não há câncer, e pode estar normal em alguns casos de câncer.
  • Níveis elevados de PSA indicam a necessidade de biópsia de próstata para confirmar se há câncer e, na maioria das vezes, isso não se confirma. A biópsia pode ter complicações, como sangramento e infecção, além de causar dor, ansiedade e estresse no homem e em sua família.
  • O diagnóstico e o tratamento de um câncer que não ameaça a vida podem causar ansiedade e resultar em incontinência urinária e impotência sexual.

A Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos atualizou, em 2018, sua diretriz para realização do teste PSA para câncer de próstata e recomenda que, para homens com idades entre 55 e 69 anos, o rastreamento seja uma escolha individual, e eles devem discutir os prós e os contras com seu médico antes de tomar uma decisão.

No entanto, as novas diretrizes ainda não endossam o rastreamento para homens com 70 anos ou mais. Um dos motivos é que o câncer de próstata em homens mais velhos provavelmente tem crescimento lento. Além disso, esse grupo tem menos probabilidade de morrer por causa do câncer de próstata e um risco maior de efeitos colaterais com o tratamento em comparação com os homens mais jovens.

Com ou sem exame de rotina, é recomendado que os homens visitem um médico com regularidade para avaliar a saúde como um todo. Além disso, a escolha pelo rastreamento do câncer de próstata deve ser individual, com suporte médico, e os homens devem pesar qualquer benefício possível contra os danos potenciais do rastreamento ao tomar essa decisão.

OUTROS TIPOS DE CÂNCER QUE AFETAM OS HOMENS

As campanhas do mês de novembro também alertam sobre outro fator de risco ligado à saúde do homem, que pode passar despercebido, mas, muitas vezes, é um dos grandes influenciadores na falta de autocuidado: o preconceito.

Conheça mais sobre outros tipos de câncer que podem acometer os homens:

Câncer de bexiga
O câncer de bexiga ocupa o quarto lugar nos casos de câncer em homens, correspondente a 10% dos casos. Ou seja, é um tipo de câncer bem frequente e acomete principalmente as pessoas brancas.

É mais comum em homens do que em mulheres e está ligado a fatores genéticos. Porém, o risco aumenta com o tabagismo, a exposição a compostos químicos de diversos tipos de indústrias e infecções urinárias frequentes.

O sangue na urina acompanhado de dor ao urinar são os principais sinais. Dor na lombar é um sintoma menos comum, mas pode acontecer.

É possível evitar o câncer de bexiga sendo não fumante (ativa e passivamente) e não se expondo constantemente a derivados do petróleo, como as tintas, por exemplo.

Câncer de testículo
O câncer de testículo, diferentemente do de próstata e de pênis, costuma aparecer em idades entre 15 e 50 anos. Acomete cerca de 5% dos homens com algum tipo de câncer.

Histórico familiar, infertilidade e criptorquidia (quando um ou os dois testículos não descem para a bolsa escrotal) são alguns dos fatores de risco. Entre os sintomas, estão o aparecimento de nódulo duro (geralmente indolor), aumento ou diminuição nos testículos, dor na parte baixa do abdômen e sangue na urina.

O que pode ser feito para prevenir o câncer de testículo é manter as consultas ao urologista em dia. A partir dos sinais da doença, o médico fará a avaliação e o diagnóstico.

Câncer de pênis
O câncer de pênis é um dos mais raros e apresenta medidas mais simples de prevenção, mas isso não significa que deve ser negligenciado.

Entre as causas do câncer de pênis estão a má higiene íntima (que geralmente está atrelada a baixas condições socioeconômicas e de instrução), infecção pelo vírus HPV e a não submissão à circuncisão, quando necessária.

A cirurgia de fimose na infância é um fator de prevenção ao câncer de pênis, assim como a limpeza diária e correta com água e sabão. O uso de preservativo durante as relações sexuais e a higiene após estas relações e após a masturbação também é fundamental.

O principal sintoma é uma ferida ou úlcera persistente no local, a balanite, uma inflamação da glande – “cabeça” do pênis – associada a uma infecção, acompanhada de secreção branca. A presença de gânglios na virilha pode ser um sinal de evolução do câncer.

OUTROS CUIDADOS IMPORTANTES PARA A SAÚDE DO HOMEM

A saúde do homem vai muito além da próstata. Manter uma saúde equilibrada é importante para todos os aspectos da vida. Falar de saúde masculina é mais que falar sobre um exame específico. Você sabia que os homens vivem, em média, sete anos a menos que as mulheres?

Segundo o Ministério da Saúde, os principais motivos de mortalidade da população masculina são: causas externas (violência e acidentes); doenças do aparelho circulatório; tumores (os de pulmão e de próstata são os que mais matam); doenças do aparelho digestivo e doenças infecciosas e parasitárias.

Também é importante conversar mais sobre a saúde física e mental. É um hábito que os homens poderiam adotar, concorda? Não há nada de errado em criar diálogos sobre isso e procurar ajuda profissional preventiva e quando necessário.

Boa parte dessas mortes tem causas culturais: a pouca abertura para conversar sobre saúde e sentimentos e a tendência masculina de só ir ao médico em casos de emergência.

Vamos mudar esse quadro? Pequenas mudanças de hábito podem ajudar: dar atenção aos sintomas, falar mais sobre a saúde física e mental e visitar o médico anualmente precisa estar na rotina dos homens também. Além disso, alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos regulares, redução do consumo de álcool e do tabagismo são atitudes que protegem a saúde como um todo.

QUE HÁBITO VOCÊ ACHA QUE PODE MUDAR HOJE?

Uma vida saudável ajuda a desacelerar também a andropausa, que é quando os homens começam a reduzir os níveis de testosterona.

Fontes: Sociedade Brasileira de Urologia, Ministério da Saúde, Instituto Nacional do Câncer, Harvard, UNICAMP
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Revisão técnica: equipe médica da Unimed do Brasil

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